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Posts Tagged ‘Política’

O Que eu Acho Sobre a Última do Wikileaks.

In Internacional, Jornalismo, Política, Sociedade on 12 de dezembro de 2010 at 12:09

Liberdade de imprensa e bom senso tem que andar juntos. Existem coisas no mundo que é melhor serem deixadas intocadas. Mais ainda, a imprensa tem o dever de zelar pela privacidade e pela segurança de informações sensíveis também, apesar disso não ter sido muito praticado ultimamente. Uma coisa é denunciar atos que vão de encontro com os princípios da ordem pública, da segurança, das sociedades como um todo. Crimes, corrupção e afims, isso sim são alvo de denúncias e escancaro por parte da imprensa. O que o Wikileaks fez com o vazamento de documentos confidenciais da diplomacia Norte-Americana, pode ser facilmente traduzido como fofoca. Assim como aquelas que correm atrás do ultimo affair daquela celebridade do momento, ou daquele escândalo com drogas e batidas de carro da celebridade mais polêmica da hora. Contudo, enquanto estes ultimos tipo de acontecimento são ignoráveis e insignificantes; essa ‘pauta’ do Wikileaks passa longe disso.

Documentos confidenciais da diplomacia mundial são de uma ordem de sensibilidade que pode ameaçar a segurança internacional, a boa vontade e a confiança entre os governos e os povos. Este ultimo ato da organização Wikileaks é um atentado contra a confiabilidade da diplomacia como gestores da ordem e da segurança mundial, coloca em escrutínio negativo as práticas da diplomacia e das relações internacionais, joga com elementos que constantemente caminham sobre a fina linha que separa a paz e a guerra. E tudo isso para quê? Pela liberdade de imprensa? Pela popularidade? Por um ideal qualquer que seja ele? Vale a pena jogar com coisas tão perigosas? Ninguém é tão ingênuo de imaginar que o que o Wikileaks colocou a pratos limpos não acontece, ou o que de fato ocorre é  o contrário. Porém é melhor que as pessoas achem que os EUA tem silos de armas nucleares em países do leste europeu do que ter certeza disso. O resultado de tranparência demais em assuntos dessa ordem pode ser hecatômbico.

O Mundo se Tornou um Lugar Mais Perigoso!?

In Internacional, Política on 29 de maio de 2010 at 21:46

PERIGO #1

O lobby de Israel deve estar apertando os políticos norte-americanos cada vez mais a respeito dos assuntos relacionados ao Irã. Os fatos novos que têm surgido, especialmente após a chegada atabalhoada do Brasil na questão, tem feito o suor brotar na testa dos Israelenses. Afinal de contas, os 10-20 minutos necessários para se tentar interceptar um míssil nuclear e lançar outro em represália, não existem entre Irã e Israel. Porém, enquanto no final da década de 70 Saddam Hussein bradava aos quatro ventos que o programa nuclear Iraquiano era voltado para a produção de uma bomba com alvo certo em Tel-Aviv ou Jerusalém, e imediações, Ahmadinejad mantém as firmes afirmações da pacifidade do programa de seu país. Nesse meio tempo, o Brasil resolve meter o bedelho com esse estranho acordo com fez em conjunto com a Turquia. Na, talvez, melhor das hipóteses, o resultado foi entregar ao Irã em uma bandeja de prata, uma boa moeda de barganha contra os países partidários das sanções. “Se as sanções vierem, descupriremos o acordo”, já disse Ahmadinejad, e Hilary Clinton quer convencer a todos que o mundo se tornou um lugar mais perigoso.

É importante deixar claro que, quando se estuda com mais calma (e descobre coisas que a população em geral não sabe tão bem) o enriquecimento de Urânio é uma tarefa cara, dispensiosa e difícil dos 1% aos 60%. A partir daí, isto é, dos 60% aos 90% (necessário para aí sim produzir uma bomba) é um pulo. O material sobre o qual o acordo versa é conhecido como “Caramel Fuel”, Urânio enriquecido a cerca de 20%. Apenas aqui, falta um tanto para uma bomba. Mas material hospitalar ruquer enriquecimento de 60%, é aqui que o “buraco mais embaixo” fica. Além disso, o que embola o esquema é o fato de ‘material hospitalar’ também se encaixar em ‘fins pacíficos’. Há pouca – se não nenhuma – certeza sobre as capacidades do Irã em enriquecer urânio dessa maneira. Não é nem um pouco surpreendende imaginar ou até afirmar que os Estados Unidos já devem ter estudado a idéia de efetuar um ataque preventivo, bombardeando uma usina iraniana, por exemplo. O que complica foram as dificuldades estabelecidadas pelo precedente Israel-Iraque em Osiraq-1981 e o contexto complexo do sistema internacional comtemporãneo, onde atos militares unilaterais  são muito mal-vistos. (Vide Iraque 2002 e Afeganistão 2001). O assunto é muito complicado, vai desde a possibilidade de haver instalações clandestinas, quanto a impossibilidade dos inspetores da AIEA conseguirem acesso a toda a informação existente sobre o programa. Há dois anos ouvi dizer que os EUA já teriam uma operação militar pronta para o Irã, hoje já não acredito mais nisso. Não há fórmula secreta, a não ser quase impossível fórmula pós-moderna de tratamento horizontal, onde todo mundo é constrangido por um forte regime anti-proliferação nuclear de forma igual. Mas como eu disse, é quase impossível pois quem já é forte não quer voltar ao nível dos fracos. Melhor mesmo é continuar o debate. Então, go Conselho de Segurança go!

PERIGO #2

Perigoso mesmo, nessa dança toda supracitada, é nosso futuro ex-presidente Lula dar essas tacadas em jogo de gente grande com a idéia fixa de caminhar rumo ao Secretariado Geral das Nações Unidas. Oh my…

PERIGO #3

A Coréia do Norte é um país de gente muito estranha. Basta ter assitido ao quadro do humorista Marcelo Madureira no Fantástico há dois domingos para ter uma noção disso. Muito apesar do professor Guilherme Casarões (que, aliás é grande amigo e deixo aqui um forte abraço para ele!) ter dito, em entrevista à Radio CBN nesta quinta-feira passada, que é difícil ocorrer uma escalada de conflito na região, eu penso que o que não é difícil mesmo é esse povo surpreender a todos nós nesse sentido. É fato que o passado recente de ‘provocações’ entre as duas Coréias, sem um efetivo arranca-rabo entre elas, permite pensar que dessa vez será igual. Acho que, depois da turma estranha do Norte ter dito que vai abandonar os acordos buffers com a moçada do Sul, uma escalada de conflito só não acontece se a turma do deixa disso aparecer forte. É bom deixar claro que essa turma é tem ficado boa de serviço ultimamente, então, go Conselho de Segurança go!

Olhando Daqui Parece Coisa de Cinema

In Jornalismo, Meio-Ambiente, Política, Sociedade on 9 de abril de 2010 at 17:50

     A recente tragédia da chuva no Rio do Janeiro pegou a todos nós de calças curtas (ou de guarda-chuvas curtos). Recentemente os filmes de catátrofe parecem ter deixado de ser ficção científica e se tornando mais realistas do que uma comédia romântica ou um drama incidentais. Fato é que estamos à mercê dos intemperismos e dos humores cada vez mais voláteis de nossa mãe natureza. Culpa nossa, eu não sei (vide Ficção Científica? em Curtas da Semana II), mas acredito que as coisas estão tendendo para o irreversível. O debate poderia guinar para adoção de medidas de sobrevivência, mais do que qualquer outra coisa. A ideia é mobilizar recursos para que nossa impotência eterna diante da manifestações mais radicais da natureza seja minimizada. É como eu tenho comentado com amigos e familiares desde as chuvas em Santa Catarina, passando pelas nevascas no hemisfério norte e o calor excessivo que tem feito por aqui: a tendência é piorar. É certo que temos que preservar o meio-ambiente, claro, mas precisamos estar vivos para isso.

     Transmito uma pergunta que gerou polêmica em debates com colegas recentemente: é justo, correto e funcional que os recursos para reconstrução de áreas atingidas por catástrofes sejam maiores que os recursos para sua prevenção?

     Aproveito para expressar minha mais profunda perplexidade com a estupidez do poder publico que permitiu que as pessoas construíssem uma comunidade inteira sobre um antigo lixão ou aterro sanitário. Um bairro inteiro erguido sobre uma bomba relógio, e o governo de Niterói sabia disso. Depois vem Sérgio Cabral e Eduardo Paes colocando a culpa no pessoal que constrói em área de risco. Lamentável…

     Olhando daqui parece mesmo coisa de cinema… um filme bem desagradável!

Diversão Discursiva

In Cultura, Diversão, Internacional, Política on 26 de março de 2010 at 21:58

A retórica na politica internacional  tende a ser ainda mais ambígua e demagoga do que nas políticas domésticas. É constante não dizer o que todos queriam que fosse dito, mas fazendo crer que o desejado foi de fato dito. Ou dizer alguma coisa de uma forma que fique mais fácil de ouvir. Ficou difícil? Seguem alguns exemplos, comuns na política internacional, e que ilustram esse fenômeno:

  • ‘rodada de negociações indiretas’ – quer dizer que alguém negociará com outro alguém sem que haja debates e confrontações diretas entre os negociantes, sujeitos ainda a um mediador que transmite propostas indiretas para uma solução indireta do problema tratado ainda indiretamente. Resolveu?
     
  • ‘[País, político, ONG ou OI] dá boas vindas à ajuda fornecida pela comunidade internacional em relação [assunto]’ – essa é ótima, quer dizer que os que dão as boas vindas não estão dispostos a fornecer nada, a não ser administrar os recursos – materiais, sociais, políticos…- doados ou transferidos pelos ‘ajudantes’. Isso se chama difundir a responsabilidade, ainda se eximindo dela. Organizações Internacionais são experts em fazer isso.
     
  • ‘Decides to remain seized of the matter’ em português: ‘decide se manter ciente da questão’. – cláusula que aparece em todas as resoluções da ONU, todas mesmo. Talvez a primeira a ser escrita, a que os representantes mais concordam e a que mais é respeitada (quando não a única, em alguns casos) da resolução inteira. Ela quer dizer que, à despeito da atual decisão ou solução, as partes negociantes continuarão preocupadas e envolvidas com a questão. Ao mesmo tempo em que denota o não esgotamento do assunto e um provável comprometimento em tratá-lo continuamente, prescreve futuros debates a respeito e muitas vezes perpetua o problema mantendo-o sempre examinado e examinável pela ONU. Se fosse para decidir e resolver de uma vez, escreveria: “Decides to make this decision final’, em português ‘decide fazer dessa decisão, a final’.
     
  • Para fechar, como na política internacional, não se vê com bons olhos coerções físicas – ou militares -, o modus operandi mais comum é exatamente igual à famosa ‘cara feia’ que fazemos para alguém que faz algo que julgamos errado, feio ou ruim. Quase até se balança a cabeça e faz-se tsc-tsc-tsc, no célebre discurso de se condenar alguém ou alguma atitude no nível internacional. “Que feio hein Irã? Esse seu programa nuclear ai…’, ‘Poxa, Coréia do Norte, pisou na bola com esses testes de mísseis…’. Mas há de se dar o braço a torcer que isso funciona em alguns casos. Por exemplo, quando a ONU condena via resolução (às vezes). Ou quando os EUA fazem cara feia. Mas como em casa e na vida, se a outra parte não está nem aí para você – ou efetivamente é sua inimiga –, ela vai dar as costas. ‘Cara feia para mim é fome’.

Por enquanto é isso aí, talvez eu traga mais  no futuro. Até a próxima!

Curtas da Semana II

In Cultura, Meio-Ambiente, Política, Sociedade on 7 de março de 2010 at 16:16

Terrorismo Eleitoral

     No início da semana passada, o presidente Lula cunhou o interessante termo do terrorismo eleitoral. Vale a pena pensar sobre isso. Nos termos do presidente, terrorismo eleitoral se constitui a partir do momento em que a estabilidade política e econômica de um determinado Estado tende a sofrer abalos na iminência de um candidato ou assumir o pleito ou meramente se candidatar. Isso ocorre notadamente em países cujo sistema político é partidário ou onde a democracia ainda é jovem ou nem começou. O que Lula fazia ao cunhar este termo era uma tentativa de ponderar a relação clássica entre governo e oposição, quando se teme a possibilidade de ruptura quando a oposição substitui o atual governo. Lula frisou que esse tipo de mudança não irá mais acontecer no Brasil sob o argumento de que nossa democracia é madura. Eu diria que ela é, no máximo, vivida. No Brasil, a democracia tem pouco mais de vinte anos, já da sinais leve de maturidade e estabilidade institucional. Mas no universo da distrbuição de influência, coisa que deveria tender à homogeneidade, aind ahá muito a se desenvolver. Isso tem impactos nítidos no cultivo da impunidade, no assistencialismo eleitoral e na má distribuição de justiça. Concordo que nosso país deve demonstrar nessas eleições que estamos vencendo o terrorismo eleitoral, mas não deve só inspirar disputas saudáveis e sempre edificantes para nossos cargos eletivos e nossa administração pública. Tomando isso como um sinal de maturidade pública, a luta deve continuar para o combate à corrupção, melhorias sociais e desenvolvimento e o progresso geral de nosso país, em favor de todos os bons ideais da democracia.

Ficção Científica?

     No Jornal Nacional de duas terça-feiras atrás (se não me engano), foi noticiado que pesquisadores astrônomos calcularam que o eixo da terra foi alterado em 5cm após o primeiro tremor do Chile, alterando a duração de nossos dias em alguns centésimos de segundos (ou milésimos). O importante não são os dados, mas o que isso me fez pensar: será mesmo que a atividade humana é a principal – se não a única – responsável pelas mudanças climáticas? Enquanto ficamos escutando o Al Gore e suas conclusões, o Greenpeace e seus protestos e outros ambientalistas por aí, por que não procuramos os astrônomos e os físicos para dizerem alguma coisa sobre isso? Ou será que se eles disserem qualquer coisa vão pensar que não passa de ficção científica? Talvez o buraco seja mais embaixo, hein pessoal?

Pensamentos de Hollywood:

     Se Avatar ganhar melhor filme, seremos dominados pelos blockbusters! [edit – 12/03/10] UFA, salvos!!

     George Clooney só precisa aparecer, acenar e sorrir, para ser indicado ao Oscar!

     Isso mesmo, desprezem musicais e percam Daniel Day-Lewis humilhando… de novo!

     Não vi todos os filmes indicados, mas estou na torcida por The Hurt Locker (Guerra ao Terror)!! [edit – 12/03/10] YEEES, cantei a pedra!!!